Você olha para o chão do boxe depois do banho e acha que há cabelo demais. Ao acordar, observa o travesseiro e, mais cabelo. Na escova ou no pente, nem se fala: depois de se pentear, lá está um monte de fios. Para completar, desconfia de que o cabelo está menos volumoso. É, você pode estar realmente perdendo fios ou até constatando o começo de um processo que muitas vezes leva à calvície. Porém, isso não é mais motivo para que você perca ainda mais cabelos.

De acordo com a dermatologista Marcia Ramos e Silva, professora associada e chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (Fundão) e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pode-se dizer que existe hoje cura para algumas formas de calvície. “O resultado dependerá da causa e também de o tratamento ser iniciado precocemente”, informa.

A médica esclarece que existem diferentes tipos de calvície, provocados por causas diversas. “A mais comum é a chamada alopecia androgenética, que se divide em alopecia de padrão masculino e de padrão feminino. As características clínicas e o tratamento poderão ser diferentes também. Há algumas doenças que provocam queda de cabelo e entre as causas frequentes estão as alterações da tireoide. Além disso, excesso de oleosidade e seborreia podem ser fatores desencadeadores de queda”, explica.

Medicamentos potencialmente danosos

O uso de produtos locais que danificam o cabelo e medicações internas também podem provocar queda de cabelo, informa a dermatologista. “Existem diversos medicamentos que provocam a queda dos cabelos, como antidepressivos, quimioterápicos e hormônios, entre outros. É bom lembrar que o mau uso de certas substâncias corriqueiras, como o excesso de vitaminas, pode também provocar queda”.

Marcia aponta a finasterida como um dos medicamentos mais eficazes contra a calvície. “É hoje um dos melhores, senão o melhor tratamento para a calvície. Prático, de fácil manejo e com bem poucos efeitos adversos e contraindicações. Infelizmente, há casos em que não pode ser utilizado, pois não atua em todos os tipos de calvície”, pondera.

Lavagem diária

Segundo a especialista, dependendo do tipo de cabelo e couro cabeludo, a limpeza constante e frequente dos cabelos não é prejudicial. “Por exemplo, cabelos oleosos devem ser lavados com maior frequência que cabelos secos, mas só se o couro cabeludo for oleoso também. Couro cabeludo seco deve ser lavado com menor frequência. O mais importante é saber a frequência para seu tipo de cabelo e couro cabeludo e utilizar produtos adequados, se for o caso, ao uso diário”, frisa ela, acrescentando que o jaborandi é uma substância que, em muitos casos, auxilia no tratamento da queda dos cabelos. “Mas deve ser prescrita por um médico, porque, dependendo da causa, pode não ajudar e até irritar”.

Em relação à “onda” de xampus que, segundo os fabricantes, combatem a queda e fazem até nascer cabelo, a médica é categórica: “Se a causa for genética, não há xampu que consiga um resultado satisfatório.”

Entretanto, se a causa da queda for excesso de oleosidade e seborreia, um xampu adequado é a solução ideal. “De um modo geral, os xampus auxiliam muito nos tratamentos, para as mais diversas causas, desde que seja prescrito um produto adequado ao tipo de cabelo e couro cabeludo. Além disso, é bom lembrar que um xampu não adequado para um determinado tipo de cabelo pode piorar a queda, provocar ressecamento ou deixá-lo mais oleoso, entre outros problemas”, salienta.

 

Publicado em 10/07/2011